segunda-feira, 7 de dezembro de 2009

Aproveitando


Enquanto uns aproveitam a vida e a vontade de viver...
Eu aproveito o momento e a vontade de um amor!!!

quarta-feira, 4 de novembro de 2009

Dias cinzentos


Porque o sol brilha sempre, nós é que podemos não o ver!

sexta-feira, 30 de outubro de 2009



E deixei a porta aberta,
Não hesitaste em a fechar!

terça-feira, 20 de outubro de 2009

Fui ficando até ficar



Num sussuro de mar

A traquilidade do lugar



Num suspiro de vento

O calor do momento


A tentação que caiu

Na manha do esquecimento


E o sabor que voltou

No cair do firmamento


E devagarinho me deixei ir

Lentamente te deixei ficar


Neste turbilhao de emoçoes

Fui ficando até ficar



domingo, 20 de setembro de 2009

quarta-feira, 16 de setembro de 2009

Vida Suspensa


Sempre, é tudo tão distante,
Longe, não te consigo alcançar,
Corri, suspensa no ar,
Pairando neste mundo inconstante.

Vida, que passa em vão,
Num mundo que não para de girar,
Ao longe, te vi na escuridão,
Quando cheguei, não tinha como te encarar.

Nunca, é apenas um lugar,
Espaço, do nada que deixei,
Ontem, apenas te olhei,
Agora, não te irei encontrar.

Partida anunciada


Na escuridão da madrugada,
A noticia chegava,
A tua partida anunciada,
Não mais evitada.

A noticia nos apagou,
A letargia chegou,
A esperança morria,
A dor da perda surgia.

O sorriso que acabava,
A força se dissipava,
A luta intensa expirava,
O olhar que para sempre se apagava.

O silêncio indiscreto do espaço,
A melancolia redundante do abraço,
No rosto, a lágrima que cai,
Na boca, a voz que não sai.

Os dias findos no sempre,
O mundo desigual num repente,
A vida fugidia no entre,
No teu acabar, ali, presente.

Foi apenas um momento,
Foi apenas um tormento,
Um apenas que não mais volta,
Um apenas de uma alma solta.


Um pouco de nos, contigo, se foi,
Um muito de ti, em nos, ficou.

terça-feira, 11 de agosto de 2009

Abismo


Quando cheguei ao fim da estrada só o abismo restou!

domingo, 2 de agosto de 2009

Entrada


E neste meu mundo, neste pedaço de mim, neste cantinho onde me encontro...

Sou apenas o que quero, o que me exijo, fazendo o que pretendo...
Foi a porta que se fechou, bateu com força, partiu...desntrancou...
A janela que se abriu...a chave que caiu...entrei...e fiquei...
Neste bocadinho de mundo, numa loucura temporaria, numa felicidade so minha...

Encontrei assim num pouco de nada aquilo que me preenche num todo...


Um EU completo!

quinta-feira, 16 de julho de 2009

E ficaria...


E ficaria assim para sempre...

Num ondular suave do mar
E na brisa que me embala,
No conforto do teu peito
Que me acolhe e afaga,
Neste forte abraço sem espaço
Para qualquer espera em compasso.


E ficaria aqui para sempre...
Contigo sempre perto
No tempo do deserto,
Num lugar distante e presente
Um amor tão evidente.

quarta-feira, 15 de julho de 2009


Porque para quem nasce para voar é dificil por os pés no chão!

Sempre no espaço...


Sempre no espaço entre o sim e o não, entre o vazio e o cheio, entre o tecto e o chão.

Sempre esse olhar que te expressa, que me marca e dispersa, e te denuncia numa peça.

Sempre no espaço entre o tudo e o nada, entre a foz e o mar, entre a mão e o atirar.

Sempre foste o que eu quiz ver, foste mais que o querer, foste assim num ser.

Sempre no espaço entre o caminho e a chegada, a ausencia esperada, entre o ir e o voltar.

Sempre o abraço apertado, o peito aconchegado, e o teu leve respirar.

Sempre no espaço entre nós, nesse frio tao quente, uma vida emergente.

segunda-feira, 6 de julho de 2009

Almas Nossas


Dias passados,
Tempo apagado,
Memorias gravadas,
Num tronco desgastado.

Vidas cruzadas no acaso,
Levadas no caminho do vento,
A tormenta do fracasso,
Num olhar que nao tem jeito.
A idade passou,
A distancia aumentou,
O amor que persiste,
Mesmo se o eclipse existe.
Somos duas almas perdidas,
Mentes inigmaticas, errantes,
Numa existencia sumida,
A empatia perturbante.

Fomos longe demais,
Nessa estrada sem fim,
Corremos fugindo do tempo,
Eu por ti e tu por mim.

terça-feira, 30 de junho de 2009

sexta-feira, 26 de junho de 2009

Sou o que não sou



Fui sem o ser
No olhar que abalou

Um tudo que nada é
Num nada onde tudo restou

E ser sem o ser
E o vagar que se apagou

Ausência de mim
Num ser que acabou


Sendo um pouco do que fui
Sou apenas o que nao sou

quinta-feira, 25 de junho de 2009

terça-feira, 16 de junho de 2009

O Abraço


Abracei-te, apenas por abraçar, para te sentir, para não duvidar.

Estavas ali, de novo, comigo, repousando a cabeça no meu peito, o pensamento num demorado olhar, aqueles momentos só nossos, a história que prometia continuar.

Tu ali, junto a mim, partilhando o horizonte levado pelo mar, o doce sabor do sal ao sussurrar, o cheiro da água salgada que inundava, a música que os nossos corações misturava.

Foi apenas uma tarde, um momento tão próximo e distante, que tudo trouxe e levou, num instante simplesmente único, perfeito, expirado.

Abracei-te, após te beijar, a saudade emergia no abraço, e apenas o teu (meu) suspirar.

sábado, 13 de junho de 2009

Sempre as Mãos Dadas



Caminhei contigo de mãos dadas, sem destino certo…caminhamos apenas pela vida, pelos caminhos incertos que apareciam na nossa frente…

Caminhos mais ou menos confusos e imprecisos…surgiam com a fluidez do rio para o mar…por vezes tristes e indecisos, outras alegres e concisos...

Nunca larguei a tua mão…não, não larguei…Sempre seguindo a teu lado, os teus passos, como os trilhos do eléctrico, sempre lado a lado, com a distância da proximidade exacta…

Seguiste sempre comigo, nesse caminho imenso, partilhando vida e emoção…ignorando a morte e restrição…nunca largando a minha mão…

E o caminho foi longo, longo demais…muito vimos, mais vivemos, tudo sentimos, nunca desistimos…
A idade passou, o tempo fartou…o caminho acabou…o final chegou…
E as mãos dadas, esquecidas, obstinadas, sempre unidas…

sexta-feira, 12 de junho de 2009

Simplesmente Hoje



Hoje fugi do mundo mas ele me perseguiu.

Deixei tudo no lugar,
Libertei-me de ti,
Fugi para longe,
Talvez mais tarde voltar...

Hoje estava demasiado sozinha para enfrentar

A ausencia das palavras,
Dos gestos e dos actos,
A falta de ti.

Hoje apenas o vazio me preenche

Procurei a tua mão,
Encontrei o nada.
Procurei a paz,
Encontrei a solidão.

Hoje e simplesmente hoje

Apenas fecho os olhos e vou sonhar...
Tardar para acordar...
Apenas esperar...
Respirar!

terça-feira, 9 de junho de 2009

segunda-feira, 8 de junho de 2009

Gosto


Gosto…
Do calor do teu corpo,
Do vento que me percorre o corpo,
Deste arrepio em mim.

Gosto…
De te ter por perto,
De amar no deserto,
De uma proximidade assim.

Gosto…
De sentir o teu cheiro,
Do olhar em anseio,
De te ter em mim.

Gosto…
De percorrer o teu peito,
De deslizar no deleito,
Deste amor sem fim.

quarta-feira, 3 de junho de 2009

A Hora



Chegou a hora de partir.

Se ficasse, ficaria a impedir-te o caminho. Tenho de partir sem olhar para trás. Deixar-te seguir em frente, seguir o teu rumo, procurar o teu caminho, perseguir a felicidade junto a um outro alguém, ou junto de ninguém.

Chegou a hora de me libertar de ti, soltar as amarras que me prenderam durante todo este tempo, deixar que a vida me leve, no vazio do afastamento. Ser livre de ti, mesmo quando tu vives em mim. Deixar-te ir, não mais te procurar, não mais te agarrar, não mais voltar.

Chegou a hora de viver, de consumir esta linha ténue que se vai apagando a que se chama vida. Sem ti seguirei, guardando para sempre as memórias dos momentos que nos preencheram os dias. Sem ti viverei um sonho triste, mas sem nunca acordar.
Chegou a hora de ir embora, de fechar a porta, e seguir em frente. O coração grita, a minha alma chora, a dor que se demora, mas tenho de ir embora.

E sai, fechei os olhos e sai. Tentando não sentir, sai. Batendo com a porta, sai.

E fui embora sem olhar o caminho, para não cair na tentação de voltar atrás.

terça-feira, 2 de junho de 2009

Sonhar




Eu era capaz de viver de sonhos, tantos e tão belos sonhos que me invadem a todo o momento. Lindos sonhos de amor, de paixão, de dança, de agitação.

Sonhos que me preenchem a alma, que me aquecem o coração. Sonhos que te trazem para mim, sabendo que não estarás mais aqui. Sonhos e mais sonhos, súbitos esboços de uma vida de felicidade e ilusão.
São os sonhos que me movem, que me arrancam desta inércia da minha rotina. São os sonhos, com que sonho, que me fazem encarar a vida. São esses sonhos que me preenchem a mente, quando acordo para mais um dia. São apenas sonhos, eu sei, mas que me mantêm viva.

Sim era capaz de viver de sonhos, porque eles me levam para uma realidade distante e inexistente. Eles me mostram a fragilidade do meu ser. Eles me fazem viver.
Não viveria sem sonhar, isso seria apenas existir, estar.
Não, não abdico dos meus sonhos.


Porque tenho o maior, mais importante, de todos os sonhos…o MEU!

segunda-feira, 1 de junho de 2009

Desejo


Desejo desmedido,
Num beijo sentido,
Dois corpos despidos,
Abraçados, destemidos.

Vicio doentio,
Vida suspensa,
Uma chama que arde,
Uma alma que pensa.

Juventude passada,
Existência confusa,
Uma mulher amada,
Uma visão difusa.

O olhar embaciado,
Os labios molhados,
Os corpos transpirados,
O desejo consumado.

Gritar


Há dias que tudo o que me apetece é ir ao teu encontro e gritar, gritar na tua cara tudo o que merecias ouvir, tudo o que me fazes sentir. Agarrar-te e abanar-te, talvez acordar-te desse teu mundo tão irreal!

Atenuava esta minha dor, o desmanchar do meu interior em palavras, olhar-te nos olhos e gritar, gritar tão alto que te obrigasse a ouvir, mesmo quando tentasses fugir ias ouvir, o grito ensurdecedor do meu coração.
Sim era tudo tão mais fácil, dizer-te tudo, afogar-te nas palavras, esgotar a apatia do teu olhar. Levar-te ao extremo da agitação, do desassossego, da desilusão que és em ti mesmo. Obrigar-te a veres o mundo nas palavras que ouvias, sentires em ti o impacto do que fazes, o desfazer do que dizes, a ilusão das tuas contradições e o acabar duma ilusão.

Não há ventos que não valham a pena nem tempestades que não sejam provocadas, mas todas as tempestades passam, deixando para trás tudo o que um dia existiu, fazendo nascer a vontade de reconstruir tudo o que foi destruído, e um maravilhoso rasgo de sol no ceu agora sem nuvens.

Mas tu nunca entendes as palavras, sejam pronunciadas no enternecimento dum final de tarde ou na cólera duma noite mal passada.

Assim, limito-me ao silêncio e à indiferença, à ausência e à displicência, ao caos interior e serenidade exterior.



Afinal…seria amor ou dependência?

domingo, 31 de maio de 2009

A noite



A lua brilhava sobre eles, naquela noite especial. Eles se passeavam pela cidade, pelas ruas perdidas e escuras, de mãos dadas, partilhando experiencias passadas, sonhando com o futuro, vivendo o presente. A noite era sua testemunha, confidente de um grande amor, via-os passar, parar e voltar a andar, uma e outra e outra vez, confidenciando pequenos momentos especiais…iluminados pelo luar.

Vagueavam, sem rumo, perdidos na alma do outro, os dois como se não existisse amanha, apenas aquele momento, aquela noite. E as promessas escritas no ar, transmitidas pelo olhar, escritas nos lábios e descritas pelas mãos. Um sentimento sem explicação.


Eles desceram a cidade, se sentaram junto ao mar, os pés na areia molhada, os corpos com sabor a sal.
Trocaram mensagens abstractas levadas pelo vento, as suas mãos tocando o pensamento, os seus olhares quase se misturando, e os seus lábios se agarrando. Um momento, simples e único momento, que ficaria para sempre gravado na sua mente.

E a noite se prolongou, e eles se encontraram mil vezes sem nunca se separarem, no limite do horizonte, sob o brilho do luar.


Surgiram os primeiros raios de sol, anunciando o nascer de um novo dia, o fim daquela noite.


E a noite acabou, ela regressou, ele ficou, mas o mundo mudou!

sexta-feira, 29 de maio de 2009

Devolve-me!



Sinto-me assim perdida, confusa, sem rumo.
Perdi-me neste mar de emoçoes, neste navegar ate ti. Perdi-me algures por ai.

Cheguei a um labirinto de encontros e desencontros e nao consigo sair. De todos os lados encontro paredes, altas paredes muradas que me impedem de sair daqui. Todos os que por mim passam seguem e me indicam a saida, mas quando la chego ela nao existe, nao esta la. Apenas o muro, o alto muro de pedra que me impede a passagem. Seria mentira? Ilusao? A saida existira mesmo?Mas...onde estao todos os que por mim passaram e seguiram?Sairam ou sumiram?Será que voaram por cima destes muros que me cercam?

Fico aqui sem ar, claustrofobica, nestes corredores apertados, correndo, disparatadamente, dum lado para o outro, sem conseguir sair, sem encontrar a saida, sem poder correr para longe, ou fugir para o outro lado do oceano.

Devolve-me as asas que me tiraste quando me aprisionaste, devolve-mas, com elas poderei sair daqui, e voar de novo para outro lugar.


Devolve-me! Deixa-me de novo voar!

quinta-feira, 28 de maio de 2009

Pedaços de Mim


Foi o baque, o impacto das palavras, poucas palavras que tanto diziam, a violência do inesperado, tantas vezes previsto, sempre rejeitado. E o vento soprou mais devagar, o calor insuportável, a falta de ar.

As lágrimas tantas vezes guardadas, desta vez não apareceram, se esconderam, e simplesmente a magoa, contida, retraída, no fundo do meu interior, abafada, me lembrava o que acontecera, o porque que eu não respirava.
A dor me invadiu, naquele instante, aquele aperto no peito, o nó na garganta, as mãos que tremiam, o olhar baço, apenas a dor, profunda, que me tomou por completo, e tudo tão disforme, enorme, num mundo meu que nao mais reconheço.

Fiquei ali, caída, sem força, o rosto escondido nas mãos, perdida, sem vontade, o olhar fixo não sei onde, alheada, nesta realidade confusa, desnorteada. Fiquei ali, quieta, calada, à espera, deitada. Fiquei e não quis saber, se tu ias ou não perceber. Fiquei apenas por ficar, dando tempo para a dor superar.

Esse tu que eu desconheço, não é o mesmo tu que um dia conheci, não é. Esse alguém que agora me fala, me seduz e me destrói, me atira ao ar e observa calmamente a minha queda no chão, esse alguém é uma outra pessoa, um outro alguém, não és mais tu.
Esta dor que me consome, me arruína e me apaga. Esta angustia, dificuldade em respirar. Este amor, que um dia o foi sem existir.

E escrevo já não sei para quem nem sobre o quê. Simples frases soltas sem nexo, onde me encontro e me perco, me procuro e não me encontro, me vou e me volto. Apenas sentimentos confusos e dispersos que ficam melhor em prosa que em verso.


Pedaços de mim, perdidos no tempo, contigo ou por ti, pedaços de mim, destruidos, acabados, pedaços de mim que não mais consegui encontrar.

quarta-feira, 27 de maio de 2009

Vazio de ti



Tu chegaste assim, de repente, entraste sem bater a porta, e ficaste, permaneceste o tempo que quiseste, o tempo suficiente para seres inesquecivel, marcaste a minha vida duma maneira so tua, preencheste os meus dias de alegria e ternura, fizeste me mudar, a tua imagem, aprender, a ser o que querias, e ser o que hoje sou. E depois, saíste, deixando a porta aberta, e a esperança de te ver voltar para trás. Mas tu não voltaste, nem sequer olhaste para trás, seguias sempre, desaparecendo no meu olhar.

Este vazio é cada vez maior, o vazio que deixaste quando partiste sem avisar, este espaço em branco na minha vida, este espaço vazio no meu dia-a-dia. A ternura e carinho com que me invadias os dias, desapareceu, subitamente, deixou de existir. Aquela presença constante, as mensagens trocadas, as palavras sentidas, e o voar do tempo.

O tempo que se arrasta, me arrasta, me faz vaguear pelos dias, todos os dias, tentando superar, não pensar, no quanto um dia tudo foi diferente, o quanto te tive presente. A tua ausência que me mata aos poucos, me corrói e me destrói. Esta distancia que aumenta, no vazio dos dias, no correr das nossas vidas, separadas, afastadas. E as horas eternas que passei, e sem saber ainda passo, a esperar, espero apenas um sorriso, talvez uma palavra, ou se calhar um pouco mais. Porque contigo nada é demais.

É difícil, quase insuportavelmente difícil, estar aqui, sem ti, e sentir-te ai, cada vez mais longe de mim.

E o tempo que não passa, o vazio que se alastra, a distância que aumenta e esta ausência de ti.

E a porta que não fechaste por esquecimento, deixou o nada a preencher o vazio do teu lugar.


O espaço vazio, e este vazio de ti.



terça-feira, 26 de maio de 2009

Destinados



Aquele dia era dela, só ela e os seus pensamentos…a olhar o mar, o céu, a pensar em tanto e tão pouco, em tudo o que se havia passado, de tudo o que ia chegando sem aviso e fugindo de repente…esse tão mal fadado destino, ingrato, anulado…a turbulência dos últimos dias e a tranquilidade encontrada ali, naquele lugar.
Andava por ali, caminhando junto ao mar, sentindo os seus pés molhados pela água salgada, enterrando-se na areia a cada passo dado.
A praia que a viu crescer, que a acompanhou desde sempre, e o mar, picado e revoltado, via-a agora a divagar junto a si, procurando um passado distante ou um futuro inexistente, procurando algo disperso, distinto.
E ali, naquele que sempre fora o seu refúgio, naquele lugar só dela, o viu sentado nas dunas, com o olhar fixo no horizonte, o coração perdido no tempo e o corpo despido de paz. Ele sorriu quando a viu, ela que agitara o seu pensamento estava agora ali, junto ao mar, olhando o vazio, esperando por si.
O destino que os afastara pusera-os ali, juntara-os, naquela praia deserta onde apenas eles vagueavam procurando-se sem saber, encontrando-se sem querer. Eles viveram para aquele instante, aquele encontro, que agora acontecia, não planeado, secretamente desejado. Acontecendo porque tinha de acontecer, era o seu tempo de viver.
Ele se levantou e ao encontro dela foi…procurando palavras apenas encontrou suspiros, pensamentos perdidos…o acaso o colocara ali, sem saber o que fazer, o que dizer, pensando na razão de tudo acontecer.
Ela o observava ao longe, caminhando de novo para si, o seu coração frenético de saudade, de vontade de o amar, por segundos parou, na espera desse chegar, desse ver e amar, desse simples esperar.
E ali, naquele momento, esqueceram do mundo e da razão, uniram as mãos, agarraram-se com força, perderam-se num abraço louco pela areia molhada…os seus corpos inquietos, os olhares discretos, o suor de desejo…e, morreram, num beijo demorado!

segunda-feira, 25 de maio de 2009

Sem Sentido



Fui, porque quis chegar, queria amar.
Fui, assim, perdida, sem olhar.

Sentimento sem sentido,
Este que por ti sinto.
Sentido ausente na minha mente,
Sentimento no coração presente.

Cheguei, tentando não voltar,
Voltei, porque não consegui ficar.

O sentimento ausente,
O sentido presente,
E a alma vazia,
O coração doente.

Vou, caminhando, sozinha, sem sentido.
Vou, porque não pude ficar, não fazia sentido.



Sinto que o que sinto não tem sentido,
E não minto.

sábado, 23 de maio de 2009

Falta de ti



A vida que me acompanha não é hoje o que foi outrora. Uma vida de rotinas, na ausência de coisas novas. Vida essa que apenas existiu contigo, quando tu nela existias.
E sinto falta, falta de viver suspensa no ar, do suspiro a cada palavra ouvida, pronunciada, ou das promessas nunca feitas e das palavras descritas no olhar, dos lábios trémulos, impacientes, e dos corpos dispersos, perdidas no calor dos instantes ausentes.
E esta saudade imensa, silenciosa e guardada, tira-me o ar, sufoca-me, entristece-me o olhar.
E a vontade intensa, vontade nunca confessada, é agora escondida, ocultada.
A proximidade do limite não mais existe, aquela maneira intensa com que me habituaste a ver o mundo, a viver, o acordar a saltar, o adormecer a chorar, e sonhar, passar a noite a sonhar.
E agora? Agora é apenas o longo arrastar dos dias, onde nada acontece, onde toda emoção desaparece.

Sinto falta de tudo, e de nada.

Sinto falta de ti. Falta de nos.

Sinto falta daquela parte de mim que contigo ficou...perdida ou guardada ou esquecida...ficou contigo!

sexta-feira, 22 de maio de 2009

Palavras



Palavras, simples palavras, poucas e indefinidas,
Que cortam e ferem com a firmeza de mil navalhas afiadas.
Saiem da tua boca, rápidas, cruéis, fatais,
Magoando sem razão, ferindo o coração.
Tanto dei por simples palavras, doces e ternas palavras,
E agarrei as palavras, lindas palavras, raras vezes pronunciadas.
Palavras agora tensas, escassas, macabras,
Atiradas com dureza, frieza, destreza,
Como flechas lançadas do arco,
Precisão, exactidão, facto.

Fecho a porta, procuro o silencio,
Apago as palavras, apago a dor, apago a vida,
Apago-me a mim!

quinta-feira, 21 de maio de 2009

Hoje Desisto...



Nunca desisti de nada, mas hoje desisto…desisto do que sinto, do que acredito, desisto de ti…desisto essencialmente de mim…
Acreditei, acreditei muito…tudo em ti me fazia acreditar…tudo em mim se recusava a duvidar…abri-te minha alma e acreditei…deixei-te entrar…
Foram dias, semanas, meses…foi o tempo, muito ou pouco ou nenhum, apenas o tempo para acreditar…o tempo que chegou ao fim…
Fui em ti tudo o que não fui em mim…foi tanto o que contigo vivi…tantos momentos, emoções...tantas palavras, contradições…tantas cenas de filme…tantos suspiros no ar…
Encheste-me o coração de esperança e ilusão…com palavras e gestos não esperados…os instantes incertos e os olhares despertos…aquela noite especial…
Tu, que foste mais do que soubeste…soubeste ser mais do que pensaste…e desse jeito só teu, permaneceste e continuaste…essencial….
Eu, que nunca soube quem fui…que sempre me estranhei…nunca soube onde estar nem o que dar…tenho no teu sorriso o olhar que me acalma….
Hoje acordei cansada, exausta desta luta sem fim, deste tormento constante, desta necessidade de ti…desta falta de mim…desta ausência de ti na presença do teu corpo sem alma…
Lutei, lutei tanto…a cada segundo contigo lutei…lutei e perdi…
Fui tão longe quanto me deixaram ir…fui até onde não pensei chegar…fui até ter de voltar atrás…

E aí desisti!

quarta-feira, 20 de maio de 2009

Algo Especial


Tive-te em mim duma maneira especial,
Num sentimento indefinido e profundo,
Encontrei-te comigo e perdi-me contigo,
Num qualquer lugar escondido, recolhido.

Eu em ti, tu em mim,
Dois ou apenas um,
Talvez,
Um momento, um instante,
Sem fim.

O silencio disfarçado,
O grito abafado,
O olhar intenso,
O beijo imenso.

E os olhares trocados no momento,
As palavras levadas pelo vento,
A paixão, sedução, vivida, talvez pedida,
O carinho, amor, sentido, sempre negado.
E a vida, perdida, consumida, acabada.

segunda-feira, 18 de maio de 2009

Sem Nada




E ali deitada, esticada,
Nua, despida,
Te via, observava,
Tua alma respirava.

Te beijaria, se te alcançasse,
Te tocaria, se pudesse.
Teu calor no meu corpo
Meu olhar na escuridão.

E senti, sonhei-te,
Perdi, amei-te,
Olhei, no vazio,
Chorei, na solidão.

Vida que me sustentava,
A tua ausência suportava,
E me vi desfeita, cansada,
Num futuro sem rumo, sem nada.

domingo, 17 de maio de 2009

Quando...



Acordei esta manha com o sol a romper pela janela…um dia de calor que despertava em pleno inverno…o frio que gelou nas últimas semanas tinha acabado…tudo transparecia alegria.
As pessoas saíram a rua, nas suas vidas rotineiras do costume, levando nos seus rostos um sorriso que resplandecia o sol que resolveu brilhar naquele dia.
Naquela tarde te vi na esplanada de sempre, aquela que nos acolhe em todos os dias como este, e a vi a escuridão do teu olhar…o brilho do teu olhar já não mais existia.
Os amigos do costume, sempre em teu redor, as piadas do costume, os cigarros do costume, as cervejas do costume…e sempre o teu olhar ausente.
Ouvi a tua história, uma história que preferia que não existisse, de demasiado sofrimento e dor…as lágrimas simplesmente rolaram pelo teu rosto e tudo ficou diferente.
Tudo foi desvanecendo naquela tarde, naquele lugar, naquele momento…o mundo ficou mais triste e a nossa presença nele indiferente.
O cigarro pousado queimava sozinho, esperando o final da historia…e ao por do sol o dia já era cinzento, escuro, sem vida.
A noite chega e com ela o desfazer dos sonhos, a penumbra da tua porta leva-nos de volta a esta realidade…esta existência excluída.
E o corpo cede ao cansaço, uma fadiga extenuante que me inundou por completo, o vazio da dor, a mágoa que preenche a alma…e a distancia duma vida prometida.


Quando…
Os sonhos não existem, não se realizam e não nos preenchem…simplesmente nos arrastamos pelo vazio dos dias, pelo cinzento da cidade, e pelos caminhos que não desejamos.