domingo, 17 de maio de 2009

Quando...



Acordei esta manha com o sol a romper pela janela…um dia de calor que despertava em pleno inverno…o frio que gelou nas últimas semanas tinha acabado…tudo transparecia alegria.
As pessoas saíram a rua, nas suas vidas rotineiras do costume, levando nos seus rostos um sorriso que resplandecia o sol que resolveu brilhar naquele dia.
Naquela tarde te vi na esplanada de sempre, aquela que nos acolhe em todos os dias como este, e a vi a escuridão do teu olhar…o brilho do teu olhar já não mais existia.
Os amigos do costume, sempre em teu redor, as piadas do costume, os cigarros do costume, as cervejas do costume…e sempre o teu olhar ausente.
Ouvi a tua história, uma história que preferia que não existisse, de demasiado sofrimento e dor…as lágrimas simplesmente rolaram pelo teu rosto e tudo ficou diferente.
Tudo foi desvanecendo naquela tarde, naquele lugar, naquele momento…o mundo ficou mais triste e a nossa presença nele indiferente.
O cigarro pousado queimava sozinho, esperando o final da historia…e ao por do sol o dia já era cinzento, escuro, sem vida.
A noite chega e com ela o desfazer dos sonhos, a penumbra da tua porta leva-nos de volta a esta realidade…esta existência excluída.
E o corpo cede ao cansaço, uma fadiga extenuante que me inundou por completo, o vazio da dor, a mágoa que preenche a alma…e a distancia duma vida prometida.


Quando…
Os sonhos não existem, não se realizam e não nos preenchem…simplesmente nos arrastamos pelo vazio dos dias, pelo cinzento da cidade, e pelos caminhos que não desejamos.

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